sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Cantata

Deslembrar-me

Montes
Permanecem
Espalhados
Pelo assoalho

...gasto.

Da caneta,
A tentativa vã de uma história
Sem narração...

Palavras, 

Fazem-se infinitas vezes
Bastardas,
Solitário plural.

Há mais ninguém
Sinal
Dos que acrescentam
                                     Ao menos um

Trabalhe!
Desempenhe sua arte
Seja escrava
Adormecida.

A tarde
         o relógio
      para de tocar

Silêncios antes da meia noite.

Nas coisas que me conseguem dizer
Do oco que é hábil de conter,
Da dor vencida no ignóbil.

Frustada, 
Tentativas 
à correr.
Mirar, uma imagem
Um sol
que não tem nada.
Revelando, 
tristemente,
ao seu revés
Obscuras 
ilusões.

Quem vem lá?
Quem tem lá?
Minha face adormecida
Empoeirada,
de restos de estrelas.
Resquícios, 
claros de uma pobre lua.
Pó lunático
produzindo-se;
demasiadas
sofreguidões.