quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Monólogo em par.


Alguém.
Nunca fui boa em achar os lugares sozinha.  Somente percorria umas ruas, em vielas...
O ar pesado.
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De novo, nada.
A essência da tristeza é alguma inflamação no estomago. 

Cilíndrico = Todos ficaram tristes quando o Eduardo chora, pobre Eduardo, pobre de mim.

Você sabe muito bem que a vertigem me impedia de fazer escaladas.

Não é meu, sempre, são frases roubadas de outros, palavras. Intimidades alheias. Nunca digitadas no papel. 

Acho que a cor do chão me influencia; e o tempo que não passa implode minha angústia.

Todas as escolhas que rejeitei em letras ilegíveis.
Não consigo mais ligar.

Esqueci  como se escreve a maioria das palavras. Ortografias. Sempre me achei meio burra, e matemática nunca fez muito sentido para mim = Dois vezes nada, um vez um. 

Meu reflexo no espelho é um gosto de tétano na boca. Algo foi furado.

Os gritos lá de fora, e as pessoas estranhas que eu não sei de onde vem. DESMARCO.
Que rosto é esse.
Não.  Negado ele me olha, ele se vai, ele não sei.

Todos os meus olhos crispados, mais de um.
Marco às seis da tarde, não vou. 

Os passos lá fora, as crianças, a comida, o tétano, o irmão.
Era um desenho no caderno, nada significava. As palavras estancavam, não há força na lei.

Vinagre, ovo, mãe, casa, criança.

É de fora a poeira, polichinelo de sonhos, ilusões, capa amarela.
Letra, signo, extravio.

Eu não sei mais pensar, nunca soube sentir.
De onde cavei minha alma, é tarde.