terça-feira, 13 de setembro de 2016

Orientação Transversal

Um milhão
      de palpebras
        negras
    na mariposa
de olhos obnubilados.
Confusa,
 ela voa
    sobre
  lares
alheios.

Casas
ensolaradas
de abelhas
     quentes
     e ferrões.

A mariposa
de pupilas densas
abraça
paredes
quentes
de tijolos,

Um semi-concreto lembra
a lonjura
profunda
de seu habitat.

O escuro
intenso
ofuscante
sem zumbido
em palpebras azuis.

O pobre inseto voa sobre o mar dos peixes,
a procura de luz.
Sem descobrir
que é de falta
   de sal
     e pedra
   onde
    deve
  ficar.

A brisa
afasta
a mariposa
que longe
da lua,
protagonisa
um pesar.

sábado, 3 de setembro de 2016

Oleosamente

Coisas
duras
empedradas
sentem
por poros
de ferro
sem penetração.

O sangue de
cobre
é por rosa tingido
em uma veia
supostamente
azul.

Dedos
angulados
seguram
pontas
soltas.

Algo
costura,
enfim.

A água
que percorre
os olhos,
é preta
como a fuligem
do céu.

Nos lábios
tem palavras
que não quer dizer
e dizem.

10 anos atrás
acentuadas
em uma máquina
de escrever
sem barulho.

Uma foto distorcida, não retrata
o que foi.
Conta o que será,
sem furos e rupturas.

O vento
fecha um história
aberta ao acaso.

Algo de torto,
parco,
desengonçado.
Perdeu-se em digreções catavenicas.