quarta-feira, 29 de maio de 2013

Gerador

Tenho luz
Quando preciso de óleos
Tenho olhos quando preciso de luz
Para-choque
denso
motor
de
encres(............
...........................
...)
para
da
alma danada

o que te conduz?

Tenho olhos que me escorrem
e correm
quando preciso de luz
Às avessas basta-me ela
Quando o nada me conduz

E, então, apagam-me a luz

Aí! Suas claras
Tão caras orbitas escuras
Verdes em azul
Que no preto preso
Agora me produz

Tem algo claro sim
Tem algo de escuro
Tu que não me reduz
       Porque induz
O paraíso do suplício,
ver para não ter luz.

O obscuro deixa entregue
As nuances do não ter
Como amêndoa é castanho
A cor que habita 
o estranho
descompasso de te ver

Como dourado
São nos verdes
O que te introduz
E no desfaço
Faço ato
Prelúdio um sinal da cruz
E esparrama no asfalto
O verde que não tem luz

A burguesa

A burguesa
Oferece pileque
Entregue no vão te indagar
Oh, como são belas
Suas flores!
Oh, como são espúrias suas dores
Que ninguém sabe
sussurrar 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Hino as reticências


O inútil som das cigarras ao telefone:
É uma construção ilógica! É uma coroação!
Arruma e faz casa no eu
Sem beira e nem recorte

Nos seus tocares de verão
Entra seu inverno que cobra
A música que elas não querem juntas sonorificar
Havia apenas uma encostada nas paredes
Enquanto todas desatavam a andar

Chorava a morte de uma de suas companheiras
Triste óbito:
Foi engolida por uma folha.
Oh, não, foi ela que foi ao engolido!
Seria suicídio?

A folha verde era de inverno
Em seu duelo, fez-se verbo de verão
É neste presente que habitam
Locuções adjetivas
Substantivos contra à mão

Assim, fazem-se todos
Pretéritos perfeitos,
Desses
Esperados
Dizeres que não!

Algumas folhas
amassam algumas formigas
E deixam algumas cigarras
Mas essa era desafinada
E de morte entoava o ser
Oh é lógico, como todas as malignas indagações
Que chegam ao final
Ser?
Ter?
Resposta!
Na aposta de tomar
Drinks de pesar

A flor comendo
A folha
O homem comendo a dor
A cigarra onde a voz entrava
Seu inútil desamor
Espera a imagem amiga
No respaldar da dor

Termina com esse já bem premeditado
O enredo mal traçado
Do cânone negado
Na dor por dentro recalcado
Cigarras de tanto amor

sábado, 18 de maio de 2013

Contra ações


Os cílios afastados nas pálpebras, parecia olhar diretamente para mim, com aquele expressão conhecida, e eu corria, corria do olhar, corria de olhar. Na espera do ônibus havia bancos confortáveis, e uma dor na traseira das costas... hum, é psicose, os médicos olhavam.... ela estava derramada no chão depois de voltar, não havia transbordado, era um pacote de bolachas, e algumas inscrição nas paredes, no seu corpo.
Não é á toa à dor, a expressão do olhar que não se vê. tédio, tédio, muito fundo encapado... correr sem chegar, tochas e corais unem o mar com fogo. Escorregaram os pés no musgo da praia, depois de uma cedilha de associações livres, de onde vinham essas palavras? A fome, ela me força! “Oh, realmente tem alguma graça poética, sim, realmente, algumas passagens insolidadas de errar...” insoldadas, tragadas pelos cachos de seus cabelos na espera.
Não queria mais doer, não queria mais ser dor, na barriga crispada de suas elucubrações e nos momentos atônitos das pernas. A esfinge no corpo, o coral sem som. Desfaz em pétalas, e se consome pelo vento no seu lugar. Ela via sentido em tudo, tudo, mas não pode se ver sem ter onde ficar, não se pode se ver sem ajoelhar. Cadeias do inconsciente a descorar as paredes do quarto, a descorar a ações do ato, a por dias nas horas, e fatos nas bocas do creditistas. eles pedem algo de você sempre à prestação. Preferiria no débito, e os direitos humanos a reclamar a cidadania dos que cobraram a mais e ficam a menos. Dos que cobram, descartam a mais... ela via os reflexos de seus cabelos contra a luz branca, pernas, pernas te levam para andar desobscurecem, travadas a baixo, a baixo no teclado de escrever.
Havia uma tampa, um estilhaço, em todos um traço a que chamavam de inocência, nas mãos secas,
nas veias que ressaltam das mãos.
Ressacam. Paraiso sem fluido e ação. Mas o tempo é irmão e é fluída ação, e a relação dos que pedem licença no trem,
nos tens do dia
no ter diafragmado das horas.
Oh, não, são dos rins, são pedras nos rins, esses sujeitos não sabem nem pedir licença, nem abrir passagem....................
Licença!
Licença!
Ô!
Vou
Descer
“D”
.
.
.
EXcen
...........do... ... e faço um conto de ... ninguém descendo..... vou perdendo assim, a organicidade das palavras. Oh, ninguém te entende. Também! Como poderia fazer sentido? Você não pinta o que você passa, você amassa o que você pinta. Eu vou lá saber o que o que sujeito traça, estilhaça e pinta. Me de passagem senhor, que não aguento mais pedir licença para a crença da sua dor.

No carnaval de ninguém das ruas vazias não há o que esperar, nem os ritmos nas frases, nem os ritmos e as idades, as demarcações da coletividade. Veja, são seus dedos que apoiam no tablado, ossos que não fazem sentido com o corpo, dorso, embosco, nulidade aguda do clichê, foi isso que ele falou para você. Era moça, e quando era, era uma igual a outra, amuletos de ratoeiras, jogos sem pensar.
Não é o pai que traça a regra linear das palavras, não ele ainda não voltou para casa, os gatos estão a dissociar, e questionar seus rostos em todo lugar.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Colóquio


Inconsciente
   Afoga
Na fala
    Da mulher
      Do lado
Todos eles
      Engolem
A lei
E tragam
E a traem
   De si mesmos

A água prende
   Receptáculo
     Cheio de
Morte
  Advogado da
              Sorte
                  Entope
São eles que o negam e
                    Batem palmas
Estofos da corte
         
A expressão
De grande
          Inexpressão
Afogada na
       Menina
    A mulher
As falas vazias são como ondas em uma piscina de plástico 

terça-feira, 7 de maio de 2013

A síntese passiva


Sangue escorrendo pelas minhas mãos, percebo a gota vermelha. elas saem dos lábios sem o cuidado da divagação. Onde você está? Sinais loucos me gritam, saem dos olhos, secam as mãos. Era só à noite e os quadrados, as rajadas de vento lá fora e o delírio, o delito. Os dedos dela foram analisados por algum psiquiatra, a reforma do sintoma. Sangue... derrama em meu quarto, aparece em todo lugar. No lado esquerdo da cabeça uma dor, não sei quem você é, uma doença, resistência. o pêndulo as pende ao vacilar. Isto tudo porque as horas contam, sem contar. a cortar,
acordar,
a contusão da pressão. É a morte esbarrando no encontro das coisas, de repente, a fantasmática material, sai de você. o verme, inchaço do terror. O nojo, e o descaso, as superfluidades.
O assassinato foi feito, uma parte dela vai embora, perto dos quadris. É isso de sua doença, busca-se por ela, Barong, Barong... Máscara que afasta os maus espíritos, o contato no trato, o contra-retrato. A gota que cai no chão, reflexos, o irresistível vento lá fora, as orbitas duramente pesadas. Elas duram nos relógios, espasmos no chão. 

A dama branca


sábado, 4 de maio de 2013

Guarda-chuvas de anzol


Pergunta

Responde ao
Eco
As pérolas que
Não saem ao amanhecer
São cortinas
São auroras
Às vezes mais escuras,
Como se o céu
Entrasse em discussão
Com a lua
Ela nos deixa
O supremamente
Estranho
Das formações na
Manhã
Tornam-se
Moldam-se
quadros
verdes
da janela

De novo o reflexo
Não responde
(deixo o texto me datilografar
sem datilográfa)
A pergunta de pedra
construída no poço
Enrijecem
As paredes
E delas não
Trazem nada
Só a dor
De comprimir
De novo acontece
O eclipse no
Final ao tarde
Sempre ao final
Sempre prestes

A dimensão original
Se perde
Nas paredes
Cria a conta
no criado, à ponta
cria
a carta,
O papel
Enganos,
Enganos
Sempre
Próxima à janela
Trans
lúcído
 o oculto
narràdor 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Sem resposta


A madrugada bate no desencontro das horas
À noite
Mais escura que o lá fora
E as palavras que jorram
Cifras incodificadas
Na repetição das horas

Ela costumava ser clara
Sempre
A madrugada

E aquelas construções meteorológicas da chuva
Vão se inscrevendo na pele
Durante o dia
Caem agora

Sim!
São os sons de descidas de escadas rápidas
no degrau
quase 
escorregam

regam

Empoçadas
Palavras

Guardas
chuvas

incavidades internas
das gotas

Os sonos que deixam de cair
A modorra das horas
Acordadas por segundos
De águas celestes
Exultadas
Resultadas

Perde a letra
O sentido,
O nexo
Há uma quebra de raciocínio
Há uma quebra
Do que seriam seus
Próprios dedos
O corpo
Dos minutos
Ordem apregoadas
se derramam
no sangue de Cronos
o põe para esperar
Ali...
O lá...

Corre menina!
Que costumava ser clara
à madrugada 

Krzysztof Władyka


Intitulação


Roubando pedaços de mim de dentro de mim, já há muito roubados...
O que são essas coisas que descolam, brancas e vasivas, invasivas e minhas
A parte de você no assustado
Azulejo pré-riscado
O que isso que não se vê?
E se investiga
Um pedaço profanado
Desgrudaram-se, pregam-se!
Descarregado da irrisão...
Sem história fixa
Afáveis são as linhas lógicas
Há, não, meu rapaz
Filho do bom homem que olha
O que é isso que tiram do próprio corpo
O que isso que falam do impróprio
O que se faz com os pontiagudos
Que cutucam a carne
Por dentro
Do que é seu