quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Olívia

A água escorre no chuveiro
Sem espectador para ouvi-la
O banho toma sem tomar
A falta de corpo
Olvidá-la
Olívia
De todas as coisas empedradas no teu ser
Em todas as coisas empenhadas em te ter
Perder-te
Perder-me
Prender-me
É só sem falta
cartas
menos um zero no teu jogo
coringas in versos
entender-te
descrer-te
esquecer-te
Entre brumas e festas e mais histórias
Um capítulo incontado
Narrado como trilhos no trem
Como espumas escorregadias que passam rápido no sabão
Limpa e faz de novo
Escorrega em um novo movimento
Pavimento
Do teu ser
Alguns festivais para ver você partir
Flores na antessala
A água do vazo escorre
As gotas ecoam no ladrilho
Escorrem
Decorrem do fato de que
Ninguém vem lá,
Ninguém vê lá
Ao fim 

de ti

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Bacanais exíguos

Entre as frestas que grudam todas as partes
Festas e preparativos em torno do bolo
Uma cereja no canto, e não ao seu redor.

As rachaduras nas paredes parecem tilintar com todo esse bater de palmas
Engole-se a saliva para o último parabéns para o seu ex-aniversário
Convidaram a pessoa errada
Em comemoração
sujeitos
para além
de você
assujeitados

Veste-se, então,
o chapéu em forma de cone
ao perceber o que desaba.
Obscura casa,
quando todos parecem estar dentro
ninguém o convida para entrar
Só há dor de habitar a sala de estar.

Tiram as fotos que guardam memórias e condecorações
Todos de plano de fundo
Os talheres eram os aniversariantes da festa
Festa em que as pessoas não foram convidadas para entrar

Festa
Frestas
Festa
Frestas

É uma foto antiga
Onde a vela em cima do bolo
Perde seu rosto
E perde também, sua chama no último andar.
E é acesa constantemente na janela
onde chama
no quintal
à luz do seu caminhar

A cereja do canto rola para o assoalho.
É esmagada no asfalto
Convidão-a se retirar







quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Traçando a reta

Testo
Contexto
O texto

nós
do texto
Impresso

Impressões
Impressas ações
Empresto ações

Impressionadas de impressionistas declinadas
De ambiguidades amuadas
Implícitadas
Ex-Plícitadas
Retro progamadas

Com o texto impresso disperso
O Sangue imprime
A cifra, o signo.
A palavra que não quer cair
Faz-se existir

Papel
Carvão
Com o texto impresso
O xerox anexo
Escreve se...
Vezes ás.
e
crer
é
recrer
re forma àss ções do ser
reformulações
emulações
Trágicas mágicas
"se..."
ou não
"se...
Ter
ou sem
 “e”
?
Pingos nos ex 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Caras pretas

Dói, dói, doí
São títulos colhidos entre escolhas
Doí, doí, doí
A falta que faz te entregar
Pífias narrações de habitar
Doí, doí, doí
O fantasma do meu corpo
Doí, doí, doí
Meu próprio engodo

E a madrugada extensa que não quer chegar, pois chega
Solta, a possibilidade de escrever todos os projetos

Dói, dói, dói
E me engole pelo tempo
Tampona o que deixei transcorrer
E agora estanca por dentro
Dói, dói, dói
Os calos na mão
O roçar de feridas no pé
Nada é adequado mesmo assim irá passar
Como faca dentro da alma
Como o gozo
a isolar
Visões do mar, e a chuva salgada lá fora.
Dói, dói, dói
Ascender à luz
Dói, dói, dói
Receber o recado
Dói, foi, dói
Calçar o sapato
Dói, dói, dói
A ferida esquecida no pé
A hora do atraso
O trem do meio dia
No meio do dia há o trem
No rio sujo da cidade
A porta que abre
E te pula de entrar
Estipula para entrar
As suas recalcitrações da dor
Que sobram nos balões, planos de fundo de sua festa
Dói, dói, dói
Eu não sei escrever poesia
Dói, dói, dói
Você se à fastar
Dói, dói, dói
A chuva no final da tarde
Lembrando o que esqueceu
Trazendo a memoria do que deixou de ficar
Implica
Fica
E faz a volta
Dói, dói, dói
Que algumas palavras façam força no papel
Você não me espera
Não tempera
Não reconhece a letra ao riscar
Dói, dói, dói
Minha liberdade, sua im prisão, imprecisão
Impressão, ao acabar com as palavras.
Dói, dói, dói
O corte, o rebote e o final da ação
Dói, dói, dói
Sorrisos gastos nas paredes
A escrita que risca além da margem de ficar


domingo, 4 de agosto de 2013

...

O escuro que contorna
O que espanta
Há um tom tão lúgubre
Ao derramar-se sobre o preenchimento da sala
Translúcido
Oprimindo evasões
Reflexos de claridades escusas
Em sua materialização vespertina
Longe de mim
Fazem serviço de se esquecer ao calor da tarde
Forçando o inebriante ao entrar 

No pátio fonéticas doces
Lembrar-se?
Daqueles gemidos que se fazem ouvir
Quando o sol atrás dos prédios pede um clamor
e para.

Apelos?
Sim, a adornar os espalhafatosos
Conhecidos do cotidiano
Brincos e anéis
Plumas e confetes empoeirados pela poluição
Todos eles
Singelos e
Cindidos
Todos eles saem

É quente e claro, mas não se vê
Confusões de almas transviadas
Tão poucos dadas a contar
O que não
pode ser
E parece ser
no não ser
Dar e levar e some
Sem cobrar o viver das cores
Flores mudas de amanhã
Entre garoas sentidas como granizo a tarde
Se esgueirando de fazer passado presente futuro
E são as imagens que rebentam no chão
São chuvas de águas de pedra

sábado, 3 de agosto de 2013

Saudades da Lua

Como não entoas a mim a lira prateada
De cordas outras
Que de sons
mancha-me o céu
Há luz, mas não há lua

Há quase certeza de que é [talvez as estrelas e o vento lá fora]
Mas em um só passo
descompasso
e fecho
as cortinas da janela
quem vem nela?

que vê nela?

[tenho passos que passam]
Ulterior aos mínimos reflexos
resplandecem
escuridões
Assim vão, sem sobras
clareamentos inespontâneos
despontando sobre a chuva

E porque fechar as janelas,
se das sombras do cubículo
me resta o véu
o saber
de que os vultos de seu movimento estão
com a moça que dança
Ou com a imagem tenra de um sol de feno
Que queima como a fogueira da noite a desabar

Estranhas contr]adições do fogo gelado da lua
Em um uníssono de vocábulos claros
É quando se invertem os ocasos,
Investem-se as palavras sentido.

Saber que o reflexo trairá a imagem com o sol quente depois da manhã fria
Entre a noite e a chuva
o que resta é a solidão
de não ter visto a lua

Saudades dos tons que entram pelas frestas
E fazem o timbre
De seu som aguado
E dela, que desaparece sem ficar
Rouba minha alma
Ali
bem de baixo dos espinheiros em flor
Que fingi não querer olhar

domingo, 28 de julho de 2013

contra nãos


mEL

O pote de mel derruba a cor translúcida de seu gosto condessado
Como arranhas são abelhas amarelas mantendo-se do gosto impróprio de não pegar
Uma aranha no teto de cima, no azulejo do banheiro
No famoso ritual neurótico.
                                                   .
                                                     .
Fantasmas
                    e incorporiedades
           entram pelos reflexos entre corredores e a sala de estar
As cores nas cidades são realmente exteriorizadas tanto quanto seus braços e minhas pernas
Teias de ferrão numa rítmica extenuada do jardim lá fora
A teia e o casulo internamente destruído
Genial, genial        meu caro       é doce, e é barato.
É caro é ancora
e te faz ficar... 

Vômitos nas partes de baixo do corpo
Vômitos e altercações
Na rítmica da cidade ninguém paga o ingresso
E ninguém pode entrar
Gritos, comedias cotidianas, barulhos de automóveis
Braços cortados jogados pelo chão
Reagrupados pelo não...
"Moça bonita não paga, mas também não leva"
Desiderata, foi roubada pelo menino que vendia maçãs na feira
Teve a carteira batida pelo vigilante de automóveis
A aranha aterrissa junto ao chão, sapatos pisados,
Abelhas continuam a entoar sua rítmica incessantes nos cafés perto da biblioteca
Volta para casa com a dor no coração...
No coração a oração, e o dízimo da segunda hora
Aquelas que dizem vir sempre depois da primeira, vir sempre e sempre
Primeira e segunda hora. Segunda e quarta-feira de sintomas
Até que aquieta, e não se vê mais o caranguejo assobiar


  

Coqueteleira

De novo eles te roubaram?

Roubaram! Faltam meus dois reais.

Tens algumas moedas?

Sim, mas não são o troco, foi o que sobrou da última viagem, o que se repartiu em dois.

E agora? como tomamos café...

Não tomamos

Temos que esperar o motor do tanque...

E esperar abrirem o pôr-do-sol com a chave que roubaram da coqueteleira.   

terça-feira, 18 de junho de 2013

Encontrar-Nos-Ermos

Subsubida de cair

anotações ininteligíveis
do matriarca que
   acorda
na indecisão de seu
  sexo oculto.
fala, diz sem
saber de uma
piada
canta
uma
in
rascada
na incerteza
da loucura
de não ser
nas certezas
que vem 
sem
saber
se quebra a esfinge
a resposta é
errática
Vem atrás do papel
Branco
da traça que
embarca
o saber
em seus
papéis
furados
decorados
de não ser
rejeitados
enjeitados do saber
gritando ao
se vender
insígnias escondidas
poéticas desvalidas
e fraturas na
cara, assim
como rasgos
em papel
[cruel final de festa
e o que resta
quanto o ator
mal pago
nem se quer
foi contratado
para ser
representado
pelo
contabilizado[............

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Varal de cor de lis

Alguma coisa esbarra para o de dentro por de fora – buracos no teto –,
As gotas olham para baixo como se fossem pupilas semicerradas
Acordo, defronto-me com o céu vermelho
Que ao longo da manhã emudece e começa a molhar
Se diz que são apenas lágrimas de chuva
De um tempo que não quer molhar
E cala...

Tiram-se todas as roupas do varal
[devem ser tiradas todas as roupas do varal]
Varal com varal se encontram as roupas, acoplam águas em um peso desigual
Busco-me, apressada,
Arranco-lhes todas
Grudam nas mãos 
são produzidas de aderências
de águas
Piso como se me fosse próprio 
...um chão esburacado de incertezas...
 ao retirá-las.
Movimentos involuntários como o vento, fazem folhas caírem
antes de anunciar o temporal.
Dependurar a carcaça que te resta, após outros a cascatear
A gota pesada quase me faz pisotear
o descurvo aonde
fantasias aparecem...............
.!todas... ressentidas..........
Havia o figurino do circo para secar...

A brincadeira de dois mais dois,
Nos minutos atuantes, antes de começar,
Deixaram incríveis manchas 
reluzentes nas aparências. 
E, por fim, sem penas, 
fronhas ocas são expostas no varal.
Pois também faziam parte do cenário, 
resgatadas da figuração, (para dar a ação 
de inação), quando este escorre.
Destempero meu ser para ser mais rápida que apreensão do tempo,
Mas não é possível chegar sem enfrentar as gotas de gosto acre
Gosto de chuva ácida,
chuva, que vem de vir ali.
A exposição do sono agarra o divino Morfeu pelas mãos, e faz o pobre gritar pela presença Hipnos.
Nas nuvens, eles devem estar lá, 
desfazendo 
a presteza 
do meu andar.

Pego tudo encharcado, na lentidão do que me é possível
Olhando para um céu inapreensível, escuro de se olhar.
Chego aonde ha coberta, a propriedade privada da casa desfala o que é de fora
Para resvalar o que é de dentro.
Onde colocar todo o peso encharcado do que foi buscado
Do que foi corrido e teve de ser apreendido
Apreendido no impasse de não ter onde deixar
Desvaleço-me, sento-me ao apresentar o que sobrou para secar na sala de estar
Aparece-me uma mulher, entra-me uma mulher, de cabelos escuros
Seca, me faz perguntas sobre a chuva, 
Perguntas que não posso responder.
Ela me olha, como se não fosse a mim a quem falasse
Percebo seu mutismo, que se incomoda ao notar minhas percepções insistentes,
Encharcando o chão da sala de pesar.
Levanto-me...
Vou ao não encontrar
Enquanto a mulher senta-se na sala de estar
Abre um livro roxo, 
de verso e versículos
Sem começar a entoar
Talvez seja o seu adeus
Que me requer secar, e, ficar, na sala de estar. 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Gerador

Tenho luz
Quando preciso de óleos
Tenho olhos quando preciso de luz
Para-choque
denso
motor
de
encres(............
...........................
...)
para
da
alma danada

o que te conduz?

Tenho olhos que me escorrem
e correm
quando preciso de luz
Às avessas basta-me ela
Quando o nada me conduz

E, então, apagam-me a luz

Aí! Suas claras
Tão caras orbitas escuras
Verdes em azul
Que no preto preso
Agora me produz

Tem algo claro sim
Tem algo de escuro
Tu que não me reduz
       Porque induz
O paraíso do suplício,
ver para não ter luz.

O obscuro deixa entregue
As nuances do não ter
Como amêndoa é castanho
A cor que habita 
o estranho
descompasso de te ver

Como dourado
São nos verdes
O que te introduz
E no desfaço
Faço ato
Prelúdio um sinal da cruz
E esparrama no asfalto
O verde que não tem luz

A burguesa

A burguesa
Oferece pileque
Entregue no vão te indagar
Oh, como são belas
Suas flores!
Oh, como são espúrias suas dores
Que ninguém sabe
sussurrar 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Hino as reticências


O inútil som das cigarras ao telefone:
É uma construção ilógica! É uma coroação!
Arruma e faz casa no eu
Sem beira e nem recorte

Nos seus tocares de verão
Entra seu inverno que cobra
A música que elas não querem juntas sonorificar
Havia apenas uma encostada nas paredes
Enquanto todas desatavam a andar

Chorava a morte de uma de suas companheiras
Triste óbito:
Foi engolida por uma folha.
Oh, não, foi ela que foi ao engolido!
Seria suicídio?

A folha verde era de inverno
Em seu duelo, fez-se verbo de verão
É neste presente que habitam
Locuções adjetivas
Substantivos contra à mão

Assim, fazem-se todos
Pretéritos perfeitos,
Desses
Esperados
Dizeres que não!

Algumas folhas
amassam algumas formigas
E deixam algumas cigarras
Mas essa era desafinada
E de morte entoava o ser
Oh é lógico, como todas as malignas indagações
Que chegam ao final
Ser?
Ter?
Resposta!
Na aposta de tomar
Drinks de pesar

A flor comendo
A folha
O homem comendo a dor
A cigarra onde a voz entrava
Seu inútil desamor
Espera a imagem amiga
No respaldar da dor

Termina com esse já bem premeditado
O enredo mal traçado
Do cânone negado
Na dor por dentro recalcado
Cigarras de tanto amor

sábado, 18 de maio de 2013

Contra ações


Os cílios afastados nas pálpebras, parecia olhar diretamente para mim, com aquele expressão conhecida, e eu corria, corria do olhar, corria de olhar. Na espera do ônibus havia bancos confortáveis, e uma dor na traseira das costas... hum, é psicose, os médicos olhavam.... ela estava derramada no chão depois de voltar, não havia transbordado, era um pacote de bolachas, e algumas inscrição nas paredes, no seu corpo.
Não é á toa à dor, a expressão do olhar que não se vê. tédio, tédio, muito fundo encapado... correr sem chegar, tochas e corais unem o mar com fogo. Escorregaram os pés no musgo da praia, depois de uma cedilha de associações livres, de onde vinham essas palavras? A fome, ela me força! “Oh, realmente tem alguma graça poética, sim, realmente, algumas passagens insolidadas de errar...” insoldadas, tragadas pelos cachos de seus cabelos na espera.
Não queria mais doer, não queria mais ser dor, na barriga crispada de suas elucubrações e nos momentos atônitos das pernas. A esfinge no corpo, o coral sem som. Desfaz em pétalas, e se consome pelo vento no seu lugar. Ela via sentido em tudo, tudo, mas não pode se ver sem ter onde ficar, não se pode se ver sem ajoelhar. Cadeias do inconsciente a descorar as paredes do quarto, a descorar a ações do ato, a por dias nas horas, e fatos nas bocas do creditistas. eles pedem algo de você sempre à prestação. Preferiria no débito, e os direitos humanos a reclamar a cidadania dos que cobraram a mais e ficam a menos. Dos que cobram, descartam a mais... ela via os reflexos de seus cabelos contra a luz branca, pernas, pernas te levam para andar desobscurecem, travadas a baixo, a baixo no teclado de escrever.
Havia uma tampa, um estilhaço, em todos um traço a que chamavam de inocência, nas mãos secas,
nas veias que ressaltam das mãos.
Ressacam. Paraiso sem fluido e ação. Mas o tempo é irmão e é fluída ação, e a relação dos que pedem licença no trem,
nos tens do dia
no ter diafragmado das horas.
Oh, não, são dos rins, são pedras nos rins, esses sujeitos não sabem nem pedir licença, nem abrir passagem....................
Licença!
Licença!
Ô!
Vou
Descer
“D”
.
.
.
EXcen
...........do... ... e faço um conto de ... ninguém descendo..... vou perdendo assim, a organicidade das palavras. Oh, ninguém te entende. Também! Como poderia fazer sentido? Você não pinta o que você passa, você amassa o que você pinta. Eu vou lá saber o que o que sujeito traça, estilhaça e pinta. Me de passagem senhor, que não aguento mais pedir licença para a crença da sua dor.

No carnaval de ninguém das ruas vazias não há o que esperar, nem os ritmos nas frases, nem os ritmos e as idades, as demarcações da coletividade. Veja, são seus dedos que apoiam no tablado, ossos que não fazem sentido com o corpo, dorso, embosco, nulidade aguda do clichê, foi isso que ele falou para você. Era moça, e quando era, era uma igual a outra, amuletos de ratoeiras, jogos sem pensar.
Não é o pai que traça a regra linear das palavras, não ele ainda não voltou para casa, os gatos estão a dissociar, e questionar seus rostos em todo lugar.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Colóquio


Inconsciente
   Afoga
Na fala
    Da mulher
      Do lado
Todos eles
      Engolem
A lei
E tragam
E a traem
   De si mesmos

A água prende
   Receptáculo
     Cheio de
Morte
  Advogado da
              Sorte
                  Entope
São eles que o negam e
                    Batem palmas
Estofos da corte
         
A expressão
De grande
          Inexpressão
Afogada na
       Menina
    A mulher
As falas vazias são como ondas em uma piscina de plástico 

terça-feira, 7 de maio de 2013

A síntese passiva


Sangue escorrendo pelas minhas mãos, percebo a gota vermelha. elas saem dos lábios sem o cuidado da divagação. Onde você está? Sinais loucos me gritam, saem dos olhos, secam as mãos. Era só à noite e os quadrados, as rajadas de vento lá fora e o delírio, o delito. Os dedos dela foram analisados por algum psiquiatra, a reforma do sintoma. Sangue... derrama em meu quarto, aparece em todo lugar. No lado esquerdo da cabeça uma dor, não sei quem você é, uma doença, resistência. o pêndulo as pende ao vacilar. Isto tudo porque as horas contam, sem contar. a cortar,
acordar,
a contusão da pressão. É a morte esbarrando no encontro das coisas, de repente, a fantasmática material, sai de você. o verme, inchaço do terror. O nojo, e o descaso, as superfluidades.
O assassinato foi feito, uma parte dela vai embora, perto dos quadris. É isso de sua doença, busca-se por ela, Barong, Barong... Máscara que afasta os maus espíritos, o contato no trato, o contra-retrato. A gota que cai no chão, reflexos, o irresistível vento lá fora, as orbitas duramente pesadas. Elas duram nos relógios, espasmos no chão. 

A dama branca


sábado, 4 de maio de 2013

Guarda-chuvas de anzol


Pergunta

Responde ao
Eco
As pérolas que
Não saem ao amanhecer
São cortinas
São auroras
Às vezes mais escuras,
Como se o céu
Entrasse em discussão
Com a lua
Ela nos deixa
O supremamente
Estranho
Das formações na
Manhã
Tornam-se
Moldam-se
quadros
verdes
da janela

De novo o reflexo
Não responde
(deixo o texto me datilografar
sem datilográfa)
A pergunta de pedra
construída no poço
Enrijecem
As paredes
E delas não
Trazem nada
Só a dor
De comprimir
De novo acontece
O eclipse no
Final ao tarde
Sempre ao final
Sempre prestes

A dimensão original
Se perde
Nas paredes
Cria a conta
no criado, à ponta
cria
a carta,
O papel
Enganos,
Enganos
Sempre
Próxima à janela
Trans
lúcído
 o oculto
narràdor 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Sem resposta


A madrugada bate no desencontro das horas
À noite
Mais escura que o lá fora
E as palavras que jorram
Cifras incodificadas
Na repetição das horas

Ela costumava ser clara
Sempre
A madrugada

E aquelas construções meteorológicas da chuva
Vão se inscrevendo na pele
Durante o dia
Caem agora

Sim!
São os sons de descidas de escadas rápidas
no degrau
quase 
escorregam

regam

Empoçadas
Palavras

Guardas
chuvas

incavidades internas
das gotas

Os sonos que deixam de cair
A modorra das horas
Acordadas por segundos
De águas celestes
Exultadas
Resultadas

Perde a letra
O sentido,
O nexo
Há uma quebra de raciocínio
Há uma quebra
Do que seriam seus
Próprios dedos
O corpo
Dos minutos
Ordem apregoadas
se derramam
no sangue de Cronos
o põe para esperar
Ali...
O lá...

Corre menina!
Que costumava ser clara
à madrugada