Alguma coisa esbarra para o de dentro por de fora –
buracos no teto –,
As gotas olham para baixo como se fossem pupilas
semicerradas
Acordo, defronto-me com o céu vermelho
Que ao longo da manhã emudece e começa a molhar
Se diz que são apenas lágrimas de chuva
De um tempo que não quer molhar
E cala...
Tiram-se todas as roupas do varal
[devem ser tiradas todas as roupas do varal]
Varal com varal se encontram as roupas, acoplam águas em
um peso desigual
Busco-me, apressada,
Arranco-lhes todas
Grudam nas mãos
são produzidas de aderências
de águas
Piso como se me fosse próprio
...um chão esburacado de
incertezas...
ao retirá-las.
Movimentos involuntários como o vento, fazem folhas caírem
antes de anunciar o temporal.
Dependurar a carcaça que te resta, após outros a
cascatear
A gota pesada quase me faz pisotear
o descurvo aonde
fantasias aparecem...............
.!todas... ressentidas..........
Havia o figurino do circo para secar...
A brincadeira de dois mais dois,
Nos minutos atuantes, antes de começar,
Deixaram incríveis manchas
reluzentes nas aparências.
E, por fim, sem penas,
fronhas ocas são expostas no varal.
Pois também faziam parte do cenário,
resgatadas da
figuração, (para dar a ação
de inação), quando este escorre.
Destempero meu ser para ser mais rápida que apreensão do
tempo,
Mas não é possível chegar sem enfrentar as gotas de gosto
acre
Gosto de chuva ácida,
chuva, que vem de vir ali.
A exposição do sono agarra o divino Morfeu pelas mãos, e
faz o pobre gritar pela presença Hipnos.
Nas nuvens, eles devem estar lá,
desfazendo
a presteza
do meu andar.
desfazendo
a presteza
do meu andar.
Pego tudo encharcado, na lentidão do que me é possível
Olhando para um céu inapreensível, escuro de se olhar.
Chego aonde ha coberta, a propriedade privada da casa
desfala o que é de fora
Para resvalar o que é de dentro.
Onde colocar todo o peso encharcado do que foi buscado
Do que foi corrido e teve de ser apreendido
Apreendido no impasse de não ter onde deixar
Desvaleço-me, sento-me ao apresentar o que sobrou para
secar na sala de estar
Aparece-me uma mulher, entra-me uma mulher, de cabelos
escuros
Seca, me faz perguntas sobre a chuva,
Perguntas que não
posso responder.
Ela me olha, como se não fosse a mim a quem falasse
Percebo seu mutismo, que se incomoda ao notar minhas
percepções insistentes,
Encharcando o chão da sala de pesar.
Levanto-me...
Vou ao não encontrar
Enquanto a mulher senta-se na sala de estar
Abre um livro roxo,
de verso e versículos
Sem começar a entoar
Talvez seja o seu adeus
Que me requer secar, e, ficar, na sala de estar.
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