Dói,
dói, doí
São
títulos colhidos entre escolhas
Doí,
doí, doí
A
falta que faz te entregar
Pífias
narrações de habitar
Doí,
doí, doí
O
fantasma do meu corpo
Doí,
doí, doí
Meu
próprio engodo
E
a madrugada extensa que não quer chegar, pois chega
Solta,
a possibilidade de escrever todos os projetos
Dói,
dói, dói
E
me engole pelo tempo
Tampona
o que deixei transcorrer
E
agora estanca por dentro
Dói,
dói, dói
Os
calos na mão
O
roçar de feridas no pé
Nada
é adequado mesmo assim irá passar
Como
faca dentro da alma
Como
o gozo
a
isolar
Visões
do mar, e a chuva salgada lá fora.
Dói,
dói, dói
Ascender
à luz
Dói,
dói, dói
Receber
o recado
Dói,
foi, dói
Calçar
o sapato
Dói,
dói, dói
A
ferida esquecida no pé
A
hora do atraso
O
trem do meio dia
No
meio do dia há o trem
No
rio sujo da cidade
A
porta que abre
E
te pula de entrar
Estipula
para entrar
As
suas recalcitrações da dor
Que
sobram nos balões, planos de fundo de sua festa
Dói,
dói, dói
Eu
não sei escrever poesia
Dói,
dói, dói
Você
se à fastar
Dói,
dói, dói
A
chuva no final da tarde
Lembrando
o que esqueceu
Trazendo
a memoria do que deixou de ficar
Implica
Fica
E
faz a volta
Dói,
dói, dói
Que
algumas palavras façam força no papel
Você
não me espera
Não
tempera
Não
reconhece a letra ao riscar
Dói,
dói, dói
Minha
liberdade, sua im prisão, imprecisão
Impressão,
ao acabar com as palavras.
Dói,
dói, dói
O
corte, o rebote e o final da ação
Dói,
dói, dói
Sorrisos
gastos nas paredes
A
escrita que risca além da margem de ficar
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