Como não entoas a mim a lira prateada
De cordas outras
Que de sons
mancha-me o céu
Há luz, mas não há lua
Há quase certeza de que é [talvez as estrelas e o vento
lá fora]
Mas em um só passo
descompasso
e fecho
as cortinas da janela
quem vem nela?
que vê nela?
[tenho passos que passam]
Ulterior aos mínimos reflexos
resplandecem
escuridões
Assim vão, sem sobras
clareamentos inespontâneos
despontando sobre a chuva
E porque fechar as janelas,
se das sombras do cubículo
me resta o véu
o saber
de que os vultos de seu movimento estão
com a moça que dança
Ou com a imagem tenra de um sol de feno
Que queima como a fogueira da noite a desabar
Estranhas contr]adições do fogo gelado da lua
Em um uníssono de vocábulos claros
É quando se invertem os ocasos,
Investem-se as palavras sentido.
Saber que o reflexo trairá a imagem com o sol quente
depois da manhã fria
Entre a noite e a chuva
o que resta é a solidão
de não ter visto a lua
Saudades dos tons que entram pelas frestas
E fazem o timbre
De seu som aguado
E dela, que desaparece sem ficar
Rouba minha alma
Ali
bem de baixo dos espinheiros em flor
Que fingi não querer olhar
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