sexta-feira, 24 de maio de 2013

Hino as reticências


O inútil som das cigarras ao telefone:
É uma construção ilógica! É uma coroação!
Arruma e faz casa no eu
Sem beira e nem recorte

Nos seus tocares de verão
Entra seu inverno que cobra
A música que elas não querem juntas sonorificar
Havia apenas uma encostada nas paredes
Enquanto todas desatavam a andar

Chorava a morte de uma de suas companheiras
Triste óbito:
Foi engolida por uma folha.
Oh, não, foi ela que foi ao engolido!
Seria suicídio?

A folha verde era de inverno
Em seu duelo, fez-se verbo de verão
É neste presente que habitam
Locuções adjetivas
Substantivos contra à mão

Assim, fazem-se todos
Pretéritos perfeitos,
Desses
Esperados
Dizeres que não!

Algumas folhas
amassam algumas formigas
E deixam algumas cigarras
Mas essa era desafinada
E de morte entoava o ser
Oh é lógico, como todas as malignas indagações
Que chegam ao final
Ser?
Ter?
Resposta!
Na aposta de tomar
Drinks de pesar

A flor comendo
A folha
O homem comendo a dor
A cigarra onde a voz entrava
Seu inútil desamor
Espera a imagem amiga
No respaldar da dor

Termina com esse já bem premeditado
O enredo mal traçado
Do cânone negado
Na dor por dentro recalcado
Cigarras de tanto amor

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