sábado, 5 de fevereiro de 2022

 Falta 

O horário em ponto 



Análise de um filme de terror em palavras escritas

 

A figuração sobre a luz indiferente.

O armário e o monstro.

O protagonista,

Os quase mortos,

O cadáver e o coadjuvante.

O monstro e o combatente.

Uma cidade, a civilização, o estrangeiro.

Um perna.

A pele.

A serra elétrica inconsciente e feroz.

O assassino e a serra,  

O corpo sem cabeça.

O assassinado decepado.

Membros sem corpo.

Corpo sem órgãos.

A trilogia do armário.

A luz acesa,

O gato.

O escuro.

A surdez, de morto ressuscitado.

A mão que levanta da cova.

A cruz, o adolescente, e a máscara.

A carona com o estranho,

A falta de reflexo no espelho,

A inscrição no cemitério.

Cidade fantasma.

Preto e branco.

O Fin.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

In Continente

O ritmo
de uma anatomia diversa
pulsa.

Imagens sensoriais;
Uma terra perdida
Uma flor que murcha
Um corpo que morre.

A concha,
a areia,
memórias
a transformar o presente
em um estranho sonho
de imagens esparsas
janelas da solidão.

Um chão firme
Há por cima areia
Um idioma seco
como meu coração
de inverno
poluído, como o céu
de verão.

Os lábios calam palavras
todas por dentro
tolas por fora.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Sobre o mar, o céu e alguns diferentes tipos de pássaros.

Um reflexo castanho
sem sombras ao negro.

Há cortinas 
a tamponar a luz.

Um recado esquecido.

Uma garrafa aberta.

É escuro.

O líquido evapora-se, como
um pássaro a esquecer-se
da fonte. De todos os
sons traduzidos ou sussurros
lembro-me do mar. 
Algumas árvores preferem
pequenas aves, algumas aves
pequenas ou grandes 
preferem o céu.

Outras afinal 
preferem o mar.

Sou do terceiro tipo.

Inconstante como o
vento cinzento. Como 
o oceano, claro sobre
a lua, um farol verde
á distância.

Há pássaros à noite a 
cantar as ondas
indivisas, ao
silêncio. 

quarta-feira, 14 de março de 2018

Platonic Love Full

I am in love

for nothingness

a felling

without shape 

like my red cheeks

I'm dreaming with a cloudy sky

I wake up

It turns in green

like winter waves in the sea

The sky is distance



And I'm in love for nothingness

Desperate loving 

sounds

of other peoples smiles

eyes of other peoples tears

lips in other peoples kisses

A colorfull house

with flowers

in a distante avenue



How can someone 

be in love

about

everything without a form

for your lips without eyes

for your hands without fingers

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

A dead stone rose

All
offered
whispers
fades in
meaningless
gesticulations

Pieces
of
sickness and
lonlyness.

The cold
awake
from my body in
sweet and
dark
emptiness.

Phonemes
disintegrate.

The soft verses
of yours
eyes
they look
a stick face.

Eyes dumb.

Lame arms.

The
margin
concrete
peels
your ivory sun.

A
impaled
doll
wrote to you
those
machinations
of rhymes.
Todo
sussuro
oferecido
perde se 
em gesticulações 
sem sentido. 

Meu corpo
de pedaços
doente e 
só.

O frio
desperto
do
vazio
doce e
escuro. 

Fonemas
vencidos
desintegram-se. 

Os versos moles
dos teus
olhos
miram
um rosto de pau.

Olhos mudos.

Braços mancos.

A margem do concreto
descama
some 
teu sol de marfim.

Um boneco
empalado
escreveu te
versos.