quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Reflexões sobre a guerra

Há um buraco sobre a terra
Cava-se,
               cava-se,
 e não se vê nada...
Bombas, mancham o passado com sua irrupção.
Como pode o colorido ser de sangue?
Como podem os olhos marejados
Cederem à falta de água.

Há uma sensação no corpo.
O confessionário.
Da raiz sem lugar.
Uns poucos sussurros.
Sons,
de escombros
 imantados.
Ao pedir para ouvir
Em surdez auditiva
Se faz o barulho do vácuo no silêncio.
No seu olhar brilhante
Que não era seu
Era meu
Era seu
Totalmente anônimo
Campos desgastados por bombas de gás
Palavras ensurdantes

Havia certeza da derrapagem
O corte pré-cedente das flores
Os templos no abismo
Quando te vi
Uma sobrevivente
Corria no vazio.

Procurando não estar
Permanecientre aos escombros.

Inconsciente do estranho acompanhava
Só uma travessia
Uma estranha travessia esquecida
Terra estuprada
Permeada por ser mulher
Sem gritar por ser muda  

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