sexta-feira, 19 de abril de 2013

Algébrica Da De marcação


O senhor vazio sem nada
É meu confidente
Pois ele grita
Comigo
Inconsistentemente
Em sons
Quase incipientes
Sabendo, ás vezes,
que não
tenho braços
e mãos, e que
me amputaram
o coração

Já pedi a ele
Uma flor de laranjeira
Para contemplar
o meu consolo
que vem de longe
e não é sono
Para entoar minha canção

Estreiteza!
Escreve, escreva
Ele diz
Para fingir que
você não está
ai nem aqui,
Nesse sono
sem dormir
Nesse viver
sem existir

O que você quer
É sua questão?
Oh! Senhor
Quero contemplar
Sorrisos falsos
E mares da depressão
Quero sustentar os meus tentáculos
Quero poder dizer que não

A senhora da fluída
escuridão
Veio perguntar
do meu abandono
Assim: qual é
a grande questão?
Quero ter braços
e pernas
quero querer
poder
e
não.

Oh! Porque diste
Isso? disse ela
Quero dormir com escaravelhos
escapar da podridão

Oh! Terceira e boa alma
És cachorro ou gavião?
Disse a senhora desespero
na entrada do portão.
Esta figura não existe
A terceira que resiste
Disse o meu coração

Oh! A quarta irá passar
E quem sabe irá levar
Toda a empertigação
Toda essa falta de páginas
Desse ser dizer em vão

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