Abre-se o corpo em dois,
lateja-se uma agonia desmedida. O que importa minhas mãos, numa vertigem onde só
se pega traças. Os movimentos quebram-se onde devem apoiar; um tanto moribundo o
sofrimento necrosado. Dói? Figura sobre-humana. Alguns pedaços, dois pedaços. O
ritual onde arranca-se a pele pode possuir um tanto de humor. Pensando. Amassando
como farinha e ovos minha carne. Temperadas são sempre as mesmas palavras. A sensação, morte que se repete nas batidas
do relógio, ponteiros no corpo, batida no relógio. No forno está bem. Um
roteiro. Doem-se pequenas partes diferentes que convergem e desabrocham.
Inscrevo a minha dor. Transpassada não a enxergo. Ela rosto, ela voz. Castanhas?
Azul, entre os dois... Cachos dissolvidos...
Não passa, não há palavras para o seu clamor. Madrugada tirana das
sensações que não são devolvidas. Arrendo meu coração no comércio. Vendi barato pensando no amor, na maçã, no trago, dois por um real, fumaça. A
barganha, comprei de novo e não sabia. Transpirando deveres indevidos de uma noite quente. Só vi o que aparece, se vai pelo que parece e esvaí. Há algo
preso no interior de meu corpo. Um cadáver, deixar cair? Quase caí. Como a um
velho sem forças em que o corpo tem suas próprias necessidades desmedidas. Morro. A morte quando acordo, se prolonga, alguns
pedaços como a peste apodrecendo. Marca um rosto, sem marca. Acostume-se com
uma identidade babá. Criada, tira o prato, troca a fralda. Frente algumas
desilusões tão velhas quanto tudo quando escurece e sempre muda. A morte é só,
e minha, não será assim como o que é teu. Afogo-me em placenta, ela renasce, invocações.
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