sexta-feira, 19 de abril de 2013

Laranja rasga céu


A lua do altar dissolvida no matriz repartidário do céu
Refletia-se no homem de branco apoiado no chão do teu aviso
As ondas vinham cada vez mais fortes
Embarcações, precauções
Aquele grande tubo de madeira poderia virar-se
Via os fragmentos de sua repartição
A distância que me separava do moço
Como era encantadoramente mórbida a resplandecência da lua
E tão cheia de vida

O moço não me vê
Parece opaco
Faz parte do chão?
Oh, não, terno é seu branco
Seu termo é santo
Santo e cheio de rosa mosqueta
É meu filho, parte de mim?
Parte desconhecida é indecifrável de mim
Que se afastas em códigos secretos
Em ânsias da carne

Mas sim, ele estava ali
Tão calmo
Na parte insuturável do navio
Não ousei questioná-lo
O moço não me ouvia
Queria minhas mãos?
Eu estava ali
Ele estava ali
Ele estava aqui?
Superou-se a diferença no longe
Não há mais distâncias intransponíveis
Em sua representação
Tudo por conta...
daquele terno branco
Levemente bem ajustado ao corpo
De corte fino e regular
O corte não desprendera de sua personalidade
Algo ele tinha a me contar
Não, não era alguma coisa a me dizer
Ele falava sobre o dia
Das minhas não madrugadas matinais
De quem tem sono
De quem não o tem
Do som rítmico lá fora
Parece um zumbido
E cessa
A abelha que entra no quarto
Não,
é uma abelha elétrica
Sons do maquinário
lá fora
Eles todos vem do jardim
Se estacam nas flores
Comungam em suas dores
Mexericas
Oh! Dissolve e junta menina!
Eles todos vem da floresta de Pã!
Eles todos vem do jardim!



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