As pequenas
sombras
do
meu país
são
cheias
de
riscos
gráficos.
Planta-se
estrelas.
Refaz-se
um
céu.
Para
ver
um
azul
de cores
convergentes
vermelho
morango
pôr-do-sol.
Das palavras
tiram-se
os traços,
Jantam-se
o céu
o mar
a areia.
A tinta,
aos
poucos,
sem
nuvens
clareada
imensidão.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
domingo, 18 de dezembro de 2016
Ponteiros
Um relógio
parado
engole
o tempo
quarta-feira
meio da semana
afasta-de
ao
domingo
Aproxima-se
lentamente
morosamente
semanas
O coelho
vira
o pato
Corre
ao sol
de um
lago
sem
peixes
repleto
de
tartarugas.
parado
engole
o tempo
quarta-feira
meio da semana
afasta-de
ao
domingo
Aproxima-se
lentamente
morosamente
semanas
O coelho
vira
o pato
Corre
ao sol
de um
lago
sem
peixes
repleto
de
tartarugas.
sábado, 17 de dezembro de 2016
Origens
Cascas
Laranjas
no
lixo
vibrantes
coloridas
folhas de chá.
Reutizados
bonitos
do que
já foi
tomado
orgânico
fertilizado
de tudo
que
sobra
e refaz,
um colorido
abaixa
a pressão.
Esquenta
renova
esfria
fermenta.
Cores
transformam-se
Mais
cores.
O ar
respira
através
de restos
em poros
na terra.
Laranjas
no
lixo
vibrantes
coloridas
folhas de chá.
Reutizados
bonitos
do que
já foi
tomado
orgânico
fertilizado
de tudo
que
sobra
e refaz,
um colorido
abaixa
a pressão.
Esquenta
renova
esfria
fermenta.
Cores
transformam-se
Mais
cores.
O ar
respira
através
de restos
em poros
na terra.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Vida ou a água para uma flor
Radiografia
Um pouco
de medo
entre os
dentes
Uma
dor
atrás
do
pulmão
Intermitente
Preenche
de dor
meu
peito de
amor
frontal
Ondas
que
passam
pelo
interior
Interno
Sinto1
Sinto2
Destino
[pre-sinto!]
Na cabeça
verso
crâniano
coberto
de flores
margaridas
Pinga
orvalho
dentro
dos
meus
lábios
Rosas
cobertas
Piscina
de uma
clara
medonha
translucida
visão
olhos
livres
Respira1
Respira2
barulhos.
Um pouco
de medo
entre os
dentes
Uma
dor
atrás
do
pulmão
Intermitente
Preenche
de dor
meu
peito de
amor
frontal
Ondas
que
passam
pelo
interior
Interno
Sinto1
Sinto2
Destino
[pre-sinto!]
Na cabeça
verso
crâniano
coberto
de flores
margaridas
Pinga
orvalho
dentro
dos
meus
lábios
Rosas
cobertas
Piscina
de uma
clara
medonha
translucida
visão
olhos
livres
Respira1
Respira2
barulhos.
sábado, 3 de dezembro de 2016
Metalinguagens
As dores
não
escrevem
poesia
são
barulhos
sem
voz
monstros
na
sombra
do
escuro
as memórias
não
escrevem
poemas
elas
se
guardam
no
interior
de
uma
televisão
quebrada
como
um
som
prejudicado
ás
quatro
da manhã
Os balões
não
escrevem
poemas
eles
voam
vermelhos
híbridos
rosa
transparentes
As pessoas
não
escrevem
poemas
sentem-se
Elas.
não
escrevem
poesia
são
barulhos
sem
voz
monstros
na
sombra
do
escuro
as memórias
não
escrevem
poemas
elas
se
guardam
no
interior
de
uma
televisão
quebrada
como
um
som
prejudicado
ás
quatro
da manhã
Os balões
não
escrevem
poemas
eles
voam
vermelhos
híbridos
rosa
transparentes
As pessoas
não
escrevem
poemas
sentem-se
Elas.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Clássicos
Vozes
distantes
o
barulho
seco
rangente
dos
estalos
dos
restos
recém
desligados
meia
luz
já
apagada
um
gato
que
dorme
é
tomado
por
um
timbre
anonimamente
cortante
como
uma
nota
de
um
instrumento
abafado
em
um
fosso
aberto
ressonâncias
entram
negando
ao
compor
a
música
do
cotidiano
embotados
em
um
verso
clássico
sem
água
gritos
calvos
de poeira
distantes
o
barulho
seco
rangente
dos
estalos
dos
restos
recém
desligados
meia
luz
já
apagada
um
gato
que
dorme
é
tomado
por
um
timbre
anonimamente
cortante
como
uma
nota
de
um
instrumento
abafado
em
um
fosso
aberto
ressonâncias
entram
negando
ao
compor
a
música
do
cotidiano
embotados
em
um
verso
clássico
sem
água
gritos
calvos
de poeira
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
Herança
Nos meus
olhos
pesa
a leveza
de
duas
pálpebras
sobrepostas
A primeira
pessoa
do
impossível
Uma
língua
sobre
outra
de
fala
pesada
Campainhas
tocam
sons
truncados
pela
distância
Sons de
guache
borrados
em
água
da
chuva
Chove
porque
troveja
e
separa
o céu
olhos
pesa
a leveza
de
duas
pálpebras
sobrepostas
A primeira
pessoa
do
impossível
Uma
língua
sobre
outra
de
fala
pesada
Campainhas
tocam
sons
truncados
pela
distância
Sons de
guache
borrados
em
água
da
chuva
Chove
porque
troveja
e
separa
o céu
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Fora do bando
uma
formiga
fora
do
bando
andando
para
fora
da rua
na rotina
levanta
seu
pedaço
de folha
viaja
só
e ilumina
através
das
pequenas
patas
pretas
de inseto
o
reflexo
do sol
quente
no
caminho
formiga
fora
do
bando
andando
para
fora
da rua
na rotina
levanta
seu
pedaço
de folha
viaja
só
e ilumina
através
das
pequenas
patas
pretas
de inseto
o
reflexo
do sol
quente
no
caminho
Poesia no desfiladeiro
Quando
falo
com o
escuro
ele
responde
com
sua
grande
língua
invisível
e
passionalmente
vermelha.
O escuro
fala
com
os
ecos
que
demarcam
o
chão.
O eco
dos
móveis.
O eco
da
geladeira.
O eco
vazio
do
espelho.
O escuro
que
clareia
as
imagens
invisíveis.
falo
com o
escuro
ele
responde
com
sua
grande
língua
invisível
e
passionalmente
vermelha.
O escuro
fala
com
os
ecos
que
demarcam
o
chão.
O eco
dos
móveis.
O eco
da
geladeira.
O eco
vazio
do
espelho.
O escuro
que
clareia
as
imagens
invisíveis.
terça-feira, 29 de novembro de 2016
Construção
Empreitadas
Há
reformas
que
dão
com
a
furadeira
no
quarto
da
parede
ao
lado.
No
concreto
abre
um
buraco
Infiltração
Há
reformas
que
dão
outras
reformas
Aflição
No
concreto
pedreiros
soldados
derrubam
o teto.
O som
mortal
insiste
resiste
abre
a janela
pra lua.
A guerra
interna
nos
barulhos
da rua.
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Ato introdutório
Os personagens
todos
aparecem
com
suas
espadas
em
mãos.
- mesmo
aqueles que carregam
flores
precisam
defendê-las
em seus
jardins.
Ás vezes
podam-se
por
acidente.
todos
aparecem
com
suas
espadas
em
mãos.
- mesmo
aqueles que carregam
flores
precisam
defendê-las
em seus
jardins.
Ás vezes
podam-se
por
acidente.
Companheiros
A angústia
da manhã
se
encontrou
com o
desespero
da tarde.
Vizinhas
da
alegria
que
sempre
saia
de
casa
corrida.
E às
vezes,
sem
ser
vista.
Os ponteiros
do
relógio
a
viram
de
longe...
Os ventos
rápidos
invisíveis
sabiam
que
estava
a procura
da felicidade
em sua
jaula
alta
onde
se encastelava
com
medo
o jovem
amor.
da manhã
se
encontrou
com o
desespero
da tarde.
Vizinhas
da
alegria
que
sempre
saia
de
casa
corrida.
E às
vezes,
sem
ser
vista.
Os ponteiros
do
relógio
a
viram
de
longe...
Os ventos
rápidos
invisíveis
sabiam
que
estava
a procura
da felicidade
em sua
jaula
alta
onde
se encastelava
com
medo
o jovem
amor.
domingo, 27 de novembro de 2016
Fitoterapia
Uma
árvore
de
prédios
é uma
imagem
que
se
esquece
cinza
na
chuva.
Como
um poste
a conversar
com
o céu
quer seus
filhos
nuvens
de
cobre.
À vista
transeuntes
andam
distâncias.
Bueiros.
Esgoto.
Céu.
No
descuido
coletivo
de
ídolos
profanados.
Na
maquinaria
da
solidão
repetida
em
amenidades.
o SILÊNCIO
MONTARIA
COMUM É
TOMADO
ENTRE
PALAVRAS
VERSOS
BARULHOS.
árvore
de
prédios
é uma
imagem
que
se
esquece
cinza
na
chuva.
Como
um poste
a conversar
com
o céu
quer seus
filhos
nuvens
de
cobre.
À vista
transeuntes
andam
distâncias.
Bueiros.
Esgoto.
Céu.
No
descuido
coletivo
de
ídolos
profanados.
Na
maquinaria
da
solidão
repetida
em
amenidades.
o SILÊNCIO
MONTARIA
COMUM É
TOMADO
ENTRE
PALAVRAS
VERSOS
BARULHOS.
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
As longas
dores
do
espírito
reaparecem
como
longas
dores
da alma.
Cantam
seus
cantos:
Vermelho
Negro
Pardo.
Como
uma
voz
a quem
nada
escuta
por
ter a
boca
extensa
cheia
de
dentes
surdos.
Como
orelhas
a apoiar
dois
lados
de um
rosto
os
dedos
falam
com
a
carne
gratuita
implícita
no
existir.
Os
olhos
do
poeta
cego
estão
cheios
de
tinta
que
o
vento
não
lavará
e
nem
as
palavras
hidratarão.
dores
do
espírito
reaparecem
como
longas
dores
da alma.
Cantam
seus
cantos:
Vermelho
Negro
Pardo.
Como
uma
voz
a quem
nada
escuta
por
ter a
boca
extensa
cheia
de
dentes
surdos.
Como
orelhas
a apoiar
dois
lados
de um
rosto
os
dedos
falam
com
a
carne
gratuita
implícita
no
existir.
Os
olhos
do
poeta
cego
estão
cheios
de
tinta
que
o
vento
não
lavará
e
nem
as
palavras
hidratarão.
Conto falho
Era
um
conto
vazio
cheio
de
falhas
Eram
belas
e
longas
as
palavras
do lobo
Que
roubou
uma
ovelha
e a
levou
para
sacrifício
e ao
ter
chegado
no
topo
da
montanha
descobriu
ela
lobo.
ovelhas-lobos
disfarçadas
criam
as
histórias
mais
marcadas
de
um
híbrido
dois
um
só.
Ovelha
fugida
galopa
a cavalo...
um
conto
vazio
cheio
de
falhas
Eram
belas
e
longas
as
palavras
do lobo
Que
roubou
uma
ovelha
e a
levou
para
sacrifício
e ao
ter
chegado
no
topo
da
montanha
descobriu
ela
lobo.
ovelhas-lobos
disfarçadas
criam
as
histórias
mais
marcadas
de
um
híbrido
dois
um
só.
Ovelha
fugida
galopa
a cavalo...
Flores insones
Pequenas
lembranças
de flores
derramam-se
pelo
chão
seco
do verão.
No verde
das
coisas
estáveis
de
existência
longínquas.
No plano
de fundo
comprável
de uma
paisagem
gratuita.
Elas
se
mantém
acordadas
por não
possuírem
pálpebras.
lembranças
de flores
derramam-se
pelo
chão
seco
do verão.
No verde
das
coisas
estáveis
de
existência
longínquas.
No plano
de fundo
comprável
de uma
paisagem
gratuita.
Elas
se
mantém
acordadas
por não
possuírem
pálpebras.
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
Terrenos
O som de
uma
casa
vazia
é o
som
oco do
vento.
Quando
a chuva
floresce
em
segredo
quintais
abandonados.
Quando
os quartos
fechados
não
esperam
visitas
e as
folhas
que
vivem
na
água
empoçada
guardarão-se
até
o
verão.
Quando
a luz
do
sol
das
frestas
é
habitante
e a
poeira
das horas
reflete
no
escuro
claro
do
inverno.
Assim
está
meu
coração
deserto
que
chora
a tempos
nuvens
pálidas.
uma
casa
vazia
é o
som
oco do
vento.
Quando
a chuva
floresce
em
segredo
quintais
abandonados.
Quando
os quartos
fechados
não
esperam
visitas
e as
folhas
que
vivem
na
água
empoçada
guardarão-se
até
o
verão.
Quando
a luz
do
sol
das
frestas
é
habitante
e a
poeira
das horas
reflete
no
escuro
claro
do
inverno.
Assim
está
meu
coração
deserto
que
chora
a tempos
nuvens
pálidas.
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
Espelhos por ouro
A árvore
deu
frutos
cinza
O mar
peixes
de
pedra
Como
lustres
de luz
escura
Jantares
terminam
vazios
Estrelas
formam
interruptores
deu
frutos
cinza
O mar
peixes
de
pedra
Como
lustres
de luz
escura
Jantares
terminam
vazios
Estrelas
formam
interruptores
Entendimentos
Bathroom
um
morcego
na
casa
de
Beth
a espera
de um
banheiro
casa
de banho
de morcego
Bat
room!
Beth
balanço
Beth
boom!
um
morcego
na
casa
de
Beth
a espera
de um
banheiro
casa
de banho
de morcego
Bat
room!
Beth
balanço
Beth
boom!
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Poesia breve
Fiz um
verso
leve
para
você
olhar.
Fiz um
verso
breve
para
te
ver notar.
Pus teu
nome
no sapo
para te
ver
coaxar.
Te disse
me
esquece
para você
ficar.
verso
leve
para
você
olhar.
Fiz um
verso
breve
para
te
ver notar.
Pus teu
nome
no sapo
para te
ver
coaxar.
Te disse
me
esquece
para você
ficar.
Sintoma
dor
de estômago
dor de
dentes
todas
parentes
da
alta
patente
descrentes
no
cacho
de
banana
com
a uva
a semente
emergente
de estômago
dor de
dentes
todas
parentes
da
alta
patente
descrentes
no
cacho
de
banana
com
a uva
a semente
emergente
Versos proféticos
Automaticamente
desgastada
tola
sutil
para
olhos
de anis.
A indiferença
devora
o dia
e consome
as
entranhas
da noite.
Como
uma
sede
de areia
em
águas
do
deserto.
O quadro
do
desforro
final
recriado
em
pupilas
cortantes.
Uma
vez
jogadas
no
mar
cartas
achadas
de antigos
ancestrais.
Desfazem-se
poções
em
práticas
vindouras.
Libertam-se
pássaros
cadavéricos
enjaulados
de
desgosto
para
reencarnação.
desgastada
tola
sutil
para
olhos
de anis.
A indiferença
devora
o dia
e consome
as
entranhas
da noite.
Como
uma
sede
de areia
em
águas
do
deserto.
O quadro
do
desforro
final
recriado
em
pupilas
cortantes.
Uma
vez
jogadas
no
mar
cartas
achadas
de antigos
ancestrais.
Desfazem-se
poções
em
práticas
vindouras.
Libertam-se
pássaros
cadavéricos
enjaulados
de
desgosto
para
reencarnação.
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Fábula
Busco
fiapos
coração
para que
agregados
nos finos
tratos
possa
fazer-se
uma
casa
gravetos
são
melhores
que
palha
já
dizia
o porco
Mas
se
nego
o concreto
na
dor
de suas
paredes
frias
como
fiapos
bem
agregados
talvez
mais
fortes
a esta
morada
fiapos
coração
para que
agregados
nos finos
tratos
possa
fazer-se
uma
casa
gravetos
são
melhores
que
palha
já
dizia
o porco
Mas
se
nego
o concreto
na
dor
de suas
paredes
frias
como
fiapos
bem
agregados
talvez
mais
fortes
a esta
morada
Nublagem
queria
comunicar
todas
10 mil
palavras
perdidas
mas as
tenho
engolidas
choradas
e condensadas
plenas
nuvens
distantes
a se
afastar
molemente
de mim
comunicar
todas
10 mil
palavras
perdidas
mas as
tenho
engolidas
choradas
e condensadas
plenas
nuvens
distantes
a se
afastar
molemente
de mim
domingo, 20 de novembro de 2016
Cerimônia
Estampas
florais
cobrem
caixões
para
amanhã
Descansam
na
sala
velas
a serem
acendidas
Sobre
as flores
dormem
corpos
pelo
acaso
Lenços
cobrem
um verão
de cores
inventadas
florais
cobrem
caixões
para
amanhã
Descansam
na
sala
velas
a serem
acendidas
Sobre
as flores
dormem
corpos
pelo
acaso
Lenços
cobrem
um verão
de cores
inventadas
Estrada
Vozes
de
vidro
constituem
janelas
de casa
distantes.
Quem
me dera
houvessem
ouvidos
surdos
e não se
sangrasse
as lamelas.
Indizíveis
palavras
na sensação
da falta
de ar
constantes
ao peito.
Invadem-me
chagas
de outros
corpos
dérmicos.
Fogueiras
alheias
de
abafamentos
cortantes.
Óleo
no
farol
do
retrovisor.
de
vidro
constituem
janelas
de casa
distantes.
Quem
me dera
houvessem
ouvidos
surdos
e não se
sangrasse
as lamelas.
Indizíveis
palavras
na sensação
da falta
de ar
constantes
ao peito.
Invadem-me
chagas
de outros
corpos
dérmicos.
Fogueiras
alheias
de
abafamentos
cortantes.
Óleo
no
farol
do
retrovisor.
sábado, 19 de novembro de 2016
Atlântida perdida
O céu
é rubro
como
morangos
invisíveis
Claro
como
o sangue
de um
sonho
distante
de frutas
comestíveis
Gostos
venenosamente
tropicais
Sabores
azedos
engolidos
No jardim
de meu
país
real
ervas
daninhas
Pequenas
flores
coloridas
claras
pisoteadas
Uma
aurora
brilhante
marcada
pela poluição
Prosseguem
Distantes
reflexos
de hortas
livres
Flores
prenhes e
pássaros
que não
devoraram
borboletas
é rubro
como
morangos
invisíveis
Claro
como
o sangue
de um
sonho
distante
de frutas
comestíveis
Gostos
venenosamente
tropicais
Sabores
azedos
engolidos
No jardim
de meu
país
real
ervas
daninhas
Pequenas
flores
coloridas
claras
pisoteadas
Uma
aurora
brilhante
marcada
pela poluição
Prosseguem
Distantes
reflexos
de hortas
livres
Flores
prenhes e
pássaros
que não
devoraram
borboletas
Palavras pardas
Todas
as
cores
brancas
das
palavras
se
fizeram
negras
se fizeram
pardas.
O português
inintendível
dos
poetas
escrevia-se
indecifrável.
A mata
falava
em tupi
e os
mosquitos
tinham
suas
próprias
palavras.
Os africanos
dançavam
com
o sol
e no
escuro
esqueciam-se
da lua,
tudo era
sempre
manhã
de verão.
Os lusófilos
traziam
a noite
falavam
da escuridão
que
se perdia
nas
matas
verdes
nos
suspiros
do sertão.
as
cores
brancas
das
palavras
se
fizeram
negras
se fizeram
pardas.
O português
inintendível
dos
poetas
escrevia-se
indecifrável.
A mata
falava
em tupi
e os
mosquitos
tinham
suas
próprias
palavras.
Os africanos
dançavam
com
o sol
e no
escuro
esqueciam-se
da lua,
tudo era
sempre
manhã
de verão.
Os lusófilos
traziam
a noite
falavam
da escuridão
que
se perdia
nas
matas
verdes
nos
suspiros
do sertão.
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Coração de cânfora
Coração
de cânfora
na espera
da entrega
religa
se parte
espera
renasce.
Coração
de cânfora
se parte
e renasce
se vende
e renasce
em promoção.
de cânfora
na espera
da entrega
religa
se parte
espera
renasce.
Coração
de cânfora
se parte
e renasce
se vende
e renasce
em promoção.
terça-feira, 15 de novembro de 2016
Siso
Fileiras
em
almas
organizadas.
Soltam-se
raízes
ventanias
da
chuva.
Há dores
em diferentes
partes
são
respingos.
Uma
rosna
descolada.
Em
ditames
de
reis
distantes.
Um
homem
chora
por
esquecer-se
de seus
óculos
escuros.
Um rosto
de espelhos
assiste
a um perfil
de estátuas
semi-nuas.
Chove
em
novembro.
em
almas
organizadas.
Soltam-se
raízes
ventanias
da
chuva.
Há dores
em diferentes
partes
são
respingos.
Uma
rosna
descolada.
Em
ditames
de
reis
distantes.
Um
homem
chora
por
esquecer-se
de seus
óculos
escuros.
Um rosto
de espelhos
assiste
a um perfil
de estátuas
semi-nuas.
Chove
em
novembro.
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
Anátema
Apagar
passados
como
serpentes
que
enforcaram
crianças
mortas
antes
de dormir.
Falas
mudas
dissolvidas
em aflição
e desespero.
Um
rosto
máquina
que
não se vê
e dúvida.
Quando
toda
pele
for
tirada
dos
ossos
não restará
orbitas.
Não
caberão
olhos.
Os escravos
obrigados
a gozar
na penitência
terão
a alma
roubada
pelo
tempo
enlutado
ao se
render.
passados
como
serpentes
que
enforcaram
crianças
mortas
antes
de dormir.
Falas
mudas
dissolvidas
em aflição
e desespero.
Um
rosto
máquina
que
não se vê
e dúvida.
Quando
toda
pele
for
tirada
dos
ossos
não restará
orbitas.
Não
caberão
olhos.
Os escravos
obrigados
a gozar
na penitência
terão
a alma
roubada
pelo
tempo
enlutado
ao se
render.
Bombas de corpos
Sobrevivência
carnificina
arrancada
carcomida.
Nas teias
atrás
do teatro
aranhas
resumidas
e farrapos
de gestos
gastos.
O Quasimodo
toca o sino
espantado
para
o frio
espetáculo
espera
não ser.
carnificina
arrancada
carcomida.
Nas teias
atrás
do teatro
aranhas
resumidas
e farrapos
de gestos
gastos.
O Quasimodo
toca o sino
espantado
para
o frio
espetáculo
espera
não ser.
sábado, 12 de novembro de 2016
Pausa
Ao que
seca.
Como
o buquê
de flores
esquecido
na antessala.
As palavras
embaçadas
no fundo
da taça.
A música
é tocada
na voz
quebrada
de alguém
que espera
com desdém.
Os pontos
são
cicatrizes
no rosto
das palavras.
seca.
Como
o buquê
de flores
esquecido
na antessala.
As palavras
embaçadas
no fundo
da taça.
A música
é tocada
na voz
quebrada
de alguém
que espera
com desdém.
Os pontos
são
cicatrizes
no rosto
das palavras.
Insígnações
Não há
mais
nada
na sala.
uma
escada.
um dicionário
abandonado
em cima
da cama.
louças
na pilha
de cima
encaixotadas.
na casa,
as fotos
foram
queimadas.
os livros
fechados.
empoeirados
deixados
de lado
como
o dicionário
no
quarto.
palavras
de um
braile
inútil
surdo-mudo
sem tato.
as portas
quebradas
arrombadas
concertadas
a ninguém.
um homem
ao lado
do ordenado
aguarda
a espera
da herança.
mais
nada
na sala.
uma
escada.
um dicionário
abandonado
em cima
da cama.
louças
na pilha
de cima
encaixotadas.
na casa,
as fotos
foram
queimadas.
os livros
fechados.
empoeirados
deixados
de lado
como
o dicionário
no
quarto.
palavras
de um
braile
inútil
surdo-mudo
sem tato.
as portas
quebradas
arrombadas
concertadas
a ninguém.
um homem
ao lado
do ordenado
aguarda
a espera
da herança.
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
Sequestro
O poeta
roubado.
Não
foi
achado.
A chave
do
carro.
Deixaram
no
mato.
Estava
a pé,
o poeta
roubado.
Pediu
emprestado
os livros
raros.
Almoçava
fiado.
E era
infeliz.
Escreveu
na
margem
do jornal.
Sua
grande
obra.
A lápis.
Virou
reportagem.
Seu
carro
roubado.
Recuperado.
E foi
por um
triz.
Um
desfecho
feliz.
roubado.
Não
foi
achado.
A chave
do
carro.
Deixaram
no
mato.
Estava
a pé,
o poeta
roubado.
Pediu
emprestado
os livros
raros.
Almoçava
fiado.
E era
infeliz.
Escreveu
na
margem
do jornal.
Sua
grande
obra.
A lápis.
Virou
reportagem.
Seu
carro
roubado.
Recuperado.
E foi
por um
triz.
Um
desfecho
feliz.
O soco
Que
desgosto
um buraco
no rosto
sem o
olfato
fez-se
chafariz
O soco
levado
o rosto
agonizado
por
um
triz.
O sangue
escorre
o olho
o nariz
Sujeito
arrebentado
sobrenome
transviado
João
infeliz.
desgosto
um buraco
no rosto
sem o
olfato
fez-se
chafariz
O soco
levado
o rosto
agonizado
por
um
triz.
O sangue
escorre
o olho
o nariz
Sujeito
arrebentado
sobrenome
transviado
João
infeliz.
terça-feira, 8 de novembro de 2016
Fineza
O português
do prefeito
é
melhor
que o
meu.
Mais
rico
entoa
palavras
com
veemência
como o
vento
levanta as
folhas
e as
tira
do
caminho.
Repetir
as palavras
é melhor
do que
admitir
qualquer
falha.
Queremos
ser
como
prefeito
assim
tão
perfeito.
do prefeito
é
melhor
que o
meu.
Mais
rico
entoa
palavras
com
veemência
como o
vento
levanta as
folhas
e as
tira
do
caminho.
Repetir
as palavras
é melhor
do que
admitir
qualquer
falha.
Queremos
ser
como
prefeito
assim
tão
perfeito.
Desertos
uma
miragem.
Por detrás
nos
encanamentos
da casa
alguma
coisa
cinza.
Velha
nova
revista.
Implode.
Como
as veias
ignoradas
constroem
corpos
azuis
mostrado-se
sutilmente
às visitas.
Os canos
médicos
as bombas
de ar
a respiração
invisível.
miragem.
Por detrás
nos
encanamentos
da casa
alguma
coisa
cinza.
Velha
nova
revista.
Implode.
Como
as veias
ignoradas
constroem
corpos
azuis
mostrado-se
sutilmente
às visitas.
Os canos
médicos
as bombas
de ar
a respiração
invisível.
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
O gato
Saltos
batem
no
solo
do salão
vazio.
O gato
fica
a
espreita
da
porta
para
recolher
patês
de
atum.
Ninguém
assiste
ao
silêncio.
Livre
de
olhos.
Barulhos
fazem
imagens.
O silêncio,
a
solidão.
Discretamente
o
gato
entra.
O silêncio
é
habitável.
batem
no
solo
do salão
vazio.
O gato
fica
a
espreita
da
porta
para
recolher
patês
de
atum.
Ninguém
assiste
ao
silêncio.
Livre
de
olhos.
Barulhos
fazem
imagens.
O silêncio,
a
solidão.
Discretamente
o
gato
entra.
O silêncio
é
habitável.
A uma árvore de brócolis
Hidrate-se
Hidrate-se
beba
água.
Hidrate-se
Peça
perdão.
Hidrate-se
Peça
licença.
Hidrate-se
e diga
que
não.
Hidrate-se
beba
água.
Hidrate-se
Peça
perdão.
Hidrate-se
Peça
licença.
Hidrate-se
e diga
que
não.
Otávio
Hora do
almoço.
Relógio ao
contrário.
Otávio
almoçou
às três
horas
da madrugada
de um
dia de
chuva.
No inverno
tudo
se torna
sombra
quando
chove.
almoço.
Relógio ao
contrário.
Otávio
almoçou
às três
horas
da madrugada
de um
dia de
chuva.
No inverno
tudo
se torna
sombra
quando
chove.
Erro de interpretação
Estava
escrito
"não".
Houve
uma
inversão.
Passado
pelo
presente
incoerente.
"não".
Contendo
o exterior,
O que se
vê
aplica.
Na direção
da palavra
escrita
a fonética
empírica.
na
contramão.
Houve
uma
interpelação.
Um
máximo
erro,
(...)
de interpretação.
escrito
"não".
Houve
uma
inversão.
Passado
pelo
presente
incoerente.
"não".
Contendo
o exterior,
O que se
vê
aplica.
Na direção
da palavra
escrita
a fonética
empírica.
na
contramão.
Houve
uma
interpelação.
Um
máximo
erro,
(...)
de interpretação.
domingo, 6 de novembro de 2016
Há cores
que põe
luzes
nos
rostos.
perfis
desmentem
sombras.
O menino
e o monstro.
Irreconhecíveis
e desconhecidamente
notados.
mudas
músicas,
no afrontamento
geral
da tarde.
Concordâncias
submissas
ao sono
da manhã.
Reflexos
de
sujeitos
coletivos.
Na linha
do mar
tons
próximos.
Nas nuvens
difusas
à
profundidade
amena
do céu.
que põe
luzes
nos
rostos.
perfis
desmentem
sombras.
O menino
e o monstro.
Irreconhecíveis
e desconhecidamente
notados.
mudas
músicas,
no afrontamento
geral
da tarde.
Concordâncias
submissas
ao sono
da manhã.
Reflexos
de
sujeitos
coletivos.
Na linha
do mar
tons
próximos.
Nas nuvens
difusas
à
profundidade
amena
do céu.
Bielô - moscas
Sempre
gostei
das
palavras
duplas.
Bielô-Russas
que
batem-cartão
às três
da
tarde
em um
jogo
de tênis.
Sharapovas
Nipo-cafezais
Indo-arrozais
Biêlo-Moscas
voadoras.
gostei
das
palavras
duplas.
Bielô-Russas
que
batem-cartão
às três
da
tarde
em um
jogo
de tênis.
Sharapovas
Nipo-cafezais
Indo-arrozais
Biêlo-Moscas
voadoras.
sábado, 5 de novembro de 2016
É melhor ser cachorro
É melhor ser
cachorro
o rabo
abanar.
Melhor
ser
cachorro,
Latir,
ao revés de
falar.
ser
cachorro,
perseguindo
pombos,
vendo o
dia acabar.
caninos
contra
fatalidade.
O vento.
O focinho.
paisagens
distantes,
alcançáveis.
A comida
dos donos
no sábado
a tarde.
rosnado
de baixo
calão.
com o rabo
abanar.
Na enchente
nadar
ração
no prato
no
asfalto
esperar
o dia
esperar.
cachorro
o rabo
abanar.
Melhor
ser
cachorro,
Latir,
ao revés de
falar.
ser
cachorro,
perseguindo
pombos,
vendo o
dia acabar.
caninos
contra
fatalidade.
O vento.
O focinho.
paisagens
distantes,
alcançáveis.
A comida
dos donos
no sábado
a tarde.
rosnado
de baixo
calão.
com o rabo
abanar.
Na enchente
nadar
ração
no prato
no
asfalto
esperar
o dia
esperar.
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